segunda-feira, 29 de junho de 2009

Desmoronamento ininteligível

Quero a muralha da China.
Tenho a palha como fronteira.
O soldado da luz desperta,
de sua pseudopatente.
Melodias subjetivas.
Verdades objetivas.
A arma do sucesso é trancada a chaves.
O mundo sem minha bandeira,
algo desconhecido.
O cessar fogo,
vem do português.
Batalha não vencida.
A tropa chora a decepção.
A guerra continua e várias armas podem ser usadas.
O lúgubre é a emboscada,
de uma palavra sem brilho.
Mais uma vez,
dou baixa ou resisto ao derradeiro suspiro?
A resignação do rei plebeu,
é a diáfana ocasião.
Obsessão ao estandarte,
que a vida traz decepção.
Vai o pelotão de indivíduo,
ganhe com a estratégia.
Traga a bandeira e finque na cordialidade do ser.

Sentindo agora

Este mundo que teima a rondar.
Um birrento a voltar.
O pecado é a chave do pecar.
O pensamento te faz voltar.
Sabes que a torre é forte,
o concreto é feito de sorte.
Ruir a estrutura é impossível,
imutável inteligível.
Baco idiota, que o deixa fraco
de mente torta.
Humano imbecil,
moribundo de mente vil.
Velho decrépito, tendes a penar.
Em sua mente, não sabes o que é pensar.
Venho sorrindo a tua porta fechar.
Pisarei em ti depois que te derrubar.
Na verdade, não vou fazer não.
Só te tenho pena.
Deus tenha piedade de ti, malvado,
pois és pouco amado e verás o que te digo em cena.
Tchau, certamente não te encontro do outro lado.

Epitáfios

Um dia passeando pela terra das literaturas necrológicas, li os epitáfios daqueles que um dia foram como eu.
Refleti, passando sobre eles, nas verdades e mentiras escritas nas mensagens mórbidas. Enquanto andava, não me senti bem, não sei o porquê, uma tristeza me dominava.
E eu apenas passava na frente de cada história, que hoje é passado deteriorado.
De repente, em um estalo, veio-me palavras e pude tecer a minha conclusão, esta triste, mas pela circunstância somente.
Descanse em paz meu desconhecido.
Se foste importante ou não, meu conforto é estar sobre ti.
É saber que um dia serei apenas mais um nessa poesia fúnebre.

Eternamente

Eternamente – posso ter.
Eternamente – difícil compreender.
Eternamente – frio e triste sem você.
Sorrir – Odiar.
Agonia – Doçura.
Dormir – Sonhar.
Ver a sua face.
Assistir minha passagem.
Sonho ou viagem?
Bom ou mau?
Sofrer – sofrer.
Eterno arder.
O que sou?
Sou vida.
O que é minha vida?
É a mente, psique.
Sim – Não.
Acreditar – Descrer.
Isso não vale nada.
Retorno como num jogo.
Novamente, de novo.
Mais uma vez,
até que a morte nos separe.

O Erro

Esse texto é para alguém que pelas afirmações, entenderá plenamente que se trata dessa pessoa. Você é importante, mereceu até um texto.
Pobre mortal. Simplório funesto, já começou errado.
Pensava você que estar louco era estar fora dos padrões normais? Grande acéfalo. Se tratares mal a todos, mereces punição igual.
Quando tudo parece dar errado, não se envergonhe de pedir perdão. A complacência é coisa dos fortes e não dos fracos.
Por que queres ser igual, quando és diferente?
Ninguém deseja errar e viver a ilusão do perdoado sempre.
Porém, o falhar é normal a qualquer mortal. A sua falta é somente sua. À dos outros se torne cego.
Não se abale pela irresponsabilidade dos outros, isso é afirmar a sua fraqueza.
Se pecares, humilde deveis ser. Assuma os erros, não os transmita. Mas quando o erro de outrem te atinge, cobre a modéstia dessa pessoa.
Tu consideras, mas fracassou naquele momento. Perdeu a noção do certo, que já é um desacerto. Seja humano, peça desculpas.
Se for difícil mudar suas convicções, é porque a mente humana é um mistério. Entendê-la é uma utopia e uma odisséia.

Percepção

O Homem perde o paraíso.
O animal momentâneo.
Sepulcro do presente passado.
Nascimento de ficção.
Não entendo construção.
O mundo é só visão.
O embolado é rebuscado,
no cérebro do Homem.
Sou prisioneiro da visão.
Algemas são delírios.
Viagem na mente do irmão.
Aquela coisa do olhar,
perceber o positivo.
Perder a visão.
Não aliciar o cognitivo.
Ícones de perfeição.
Símbolos de influência.
Signos sem significantes.
Signos sem significação.

Prisioneiro do Tempo

Não perca tempo.
Reflita.
Decida.
Cuidado,
não erre.
Desafiarás os deuses,
diligente de seus sonhos.
Pois o mau é tentador e,
não tem retorno fácil.
Sejas temeroso.
Sejas seguro.
Sejas honesto.
Não venhas a pecar por influência.
Você é você e não ninguém.
Dizes o branco.
Fazes o negro.
Oculta suas aptidões.
Vagueias no seu vital.
Então, pague por toda a eternidade.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Todo o fôlego

O Homem sonha.
É só um sonho.
O real é utopia.
Há alternativa?
Fechar-se na escuridão.
Mentalizar o que não sabe,
o que fazer?
Explodir ou não?
Essa é a questão.
Contra sua concepção.
Felicidade não é fácil,
procurando plenamente.
Verdade ou devaneios?
Melhor arriscar.
Audácia cega.
Fato desconhecido.
Sapiência é a arma, da felicidade, para conquistar o sonho.
Sonho pleno. Será real? S
omos Filhos de Deus,
e o nosso está guardado.

Verdadeitiras & Mentirerdades

Num fetiche encontro a busca do prazer.
Liquido sagrado do meu viver.
Estado de falsidade.
Tudo, luz ilusória.
Fantasmagóricos pensamentos,
de uma vontade predatória.
Doce desejo de todas...,
na verdade desconhecido.
Falsas promessas,
de um louco desiludido.
Versos de um mundo cão,
de um jovem ouço adoidado.
Tristeza – ilusão, de metáforas aleijado.
Buscando vou tentando, vencer esse problema.
Vou caindo,
levantando,
guerreando,
a busca de prazer,
descer...
baixar...
pender...
decair...
declinar....

Esperando

Encontro-me aguardando diante do monumento ao grotesco. Penso em cada coisa e redijo mentalmente uma angústia. Será esta redação arma ou flor? A única verdade virá com o fim de algo esperado ou com o tempo, como apregoam os pseudo-otimistas.
Quero apenas viver o real e não me esvair em devaneios. Posso estar prevendo um pesadelo, uma catástrofe ou isso é apenas personalidade de um poeta? Isso é muito esquisito. Tudo se passa na minha mente como um capítulo escrito, com a tinta da tristeza e angústia, de um romance “me gusta”, em que o protagonista é testado e o vilão, apenas, desajustado.
Peco em meu próprio julgamento precoce e cego. Talvez com visão da razão ou afundado na cegueira da emoção. Queria ter a resposta para todos os enigmas, a sapiência plena. Mas o que tenho é a ignorância de um simples mortal. Qual será, então, a chave que abre a porta da certeza?
Estaria num mundo governado pela matemática? Num mundo no qual os seguidores de Baco desfilam seus tubérculos?
Viveria como um nefelibata, esperando a redenção? Viveria com o um jardineiro do jardim do inferno surreal. Não sei. Só sei que não sei. Por isso vivo a cada dia, mês testando e me dando ao jugo da vida.

O ...

Abre o olho seu preguiçoso alcoólatra, falava-me a voz da filha da puta da razão. Isto tudo é um sonho imerso no H3C-OH (metanol) ou na consciência teocentrista, pensava eu.
Ai que preguiça!
Acordei na mentira de um mundo errado real. Nem sei quem sou. Simulo, interpreto, falsifico uma cena da pseudo-persona.
É uma odisséia de oportunidades na qual sou uma carta no meio de uma canastra de mil pontos. Não sei o que fazer num mundo de hipocrisias. Sou o que sou, a bondade no meio da oportunidade.
Desnudo a razão em favor da emoção que me mata por dentro. O racional é alheio a qualquer benevolência. A verdade tem duas facetas: a dos verdes e a da ideologia intrínseca. Nem sempre o verde é diretamente proporcional a tese. Quase sempre é igual à concepção fora do normal de Deus.
Desabafo pedagógico para mentes cagantes e sexos alienantes. Se entenderem fodam-se, se não, me desculpem pelas suas ignorâncias catódicas.
Quero o “modus vivendi” do andrecismo. Tenho que conviver com concepções atrasadas e ignorantes.
Sou um amante em todos os sentidos, um fiel. Porém, jogo o jogo que me impõem, mas não sou perfeito no que é ideal. Àqueles que me são contra, dou-lhes o perdão.

Sobre nossas crianças não tão crianças e seu perigos

Crianças Perdidas
Enquanto se procura toda a razão, o mundo dos perdidos cresce de maneira incomensurável, numa progressão geométrica. É, na verdade, um terra infestada de buracos tapados com o corpo pueril.
Venham minhas crianças perdidas. Existe ainda magia em seus sonhos. Venham meus anjos caídos, seus olhares denunciam a evasão. A luz da vida traz esperança a um subconsciente vital, daquele descrente, reflexo do descaso emocional.
Sufrágios universais de idoneidade mascaram a real situação.
Diga-me “in vino veritas”, a sua fome misericordiosa de ação.
Venham meus ingênuos pervertidos, ainda pueril em seus atos. Venham meus bondosos caídos, há verdades em seus olhares.
Perda da Infância
Quando o maduro dá lugar ao verde, minha criança está crescendo. Quando a flor infantil desabrocha para o mundo adolescente, você está “crescendo”. É hora de mergulhar nas profundezas da responsabilidade?
Enquanto no jardim infantil, de brotos imberbes estás. Onde habita a vida ingênua e celestial, a juventude aparece entre o mato e as ervas daninhas, apontando o talo da “responsabilidade”. Agora você cresceu. Virou um jovem, cabeça.
Aquela puerilidade desapareceu com se por encanto. Suas pétalas caíram e tens de viver com um semblante energético...
Cuide-se! Porque o mundo são só visões.
Adolescente
Solidão é minha falta de visão momentânea, daqueles que são a riqueza do meu reino. Adolescente não, mas que pressão. Deixe de lado sua adolescência e assuma sua verdadeira personalidade. Toda essa rebeldia é apenas a passagem para um autoconhecimento, já diziam os melhores psicólogos.
Eu sei que o meu personagem nesse teatro real é algo a pensar, por isso mudo de peça me torno Eu. Penso que somos todos moldes de revoluções, tão subjetivas quanto instintivas. Mas ainda há tempestades pueris e o medo da rejeição. Feliz, portanto, é aquele que tem o equilíbrio e conhece a chave do não ridículo. Epa! Esse sou eu.
Porém, o ridículo é visto diariamente em frames da vida ao vivo.
Pois bem, eu sou um verdadeiro exemplo da classe adolescente, posso tecer a minha visão um tanto adulta e criança sobre esse fato hediondo.
Numa época de depressão, em que jovens se entregam à perdição, berbes sadios, cheios de vida, são, agora, fantasmas e doentes vítimas. Num beco, no morro ou nas ruas, o pai ou mandante da destruição tem tudo a mão. Sei que são coisas poucas e caras, mas o preço vale uma vida. No princípio são dadas, depois vendidas.
Amigos, existem outros meios para a alegria. Então, não se entreguem à falsidade, pois ela é mascarada e inimiga. Jovem! Tome uma decisão. Não entre nesse túnel, pois poucos voltam desse inferno. As drogas são um grande salto para o fim.

Verdadeiro Inimigo

Amigo leitor procure na sua vida um propósito, um sonho, pois a humanidade evolui em fantasias. Não se entregue ao mal por um pequeno momento de felicidade, porque é na eternidade que precisamos de tranqüilidade. Caríssimo, o verdadeiro inimigo atenta a sua felicidade. Ele te promete falsas riquezas e te fere sem você ver, sem você sentir, fazendo com que você o cultue muitas vezes.
Falo isso, pois em toda minha vida, vivi pensando que o perdão era dado somente aos seguidores. No entanto, vi que ter Deus em si, não precisa de cenários aquém e nem de outros temores. Ter Deus em si é algo muito maior do que quatro paredes e muitos adornos. Se você acredita em paredes e adornos, pode ser que fique diante de revelações de falsos profetas. É o cinismo da hipocrisia e a mentira da salvação. Não adore imagens, mas não as tenha indiferença.
Há uma gama de religiões, mas a verdade de Deus é só uma. No final das contas, assistindo a tantas inverdades, você deve apenas orar pela sua alma, pois num vacilo vem à desgraça. Se estiveres confuso, não se desespere, porque todos estamos.
Tudo nesse mundo fenomênico é imprevisível, até o vero inimigo. Temos na confusão que decifrar um segredo: o mito do semi-Deus, agora é um monte de ossos e o hoje é cada um por si e todos contra todos.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Inocência

Foi quando me senti inocente, que a fraqueza apareceu.
Ser vulnerável ou não é uma barreira impenetrável.
Tornei-me um desamparado, pois não poderia ir de peito aberto nessa batalha.
Porém, quando a emoção extrapola a razão,
me vejo, verdadeiramente, aparecer.
Sou meu vero ser.
Cai-se e quebra-se a máscara de canastrão.
O desamparo se torna veemente e não consigo escondê-lo.
Amarrado por um pensamento, me torno um desatinado.
Luto.
Brigo.
Machuco-me e perco de algo que é mais forte do que eu.
Neste cenário, entendo que minha inocência é uma virtude.
A outrolhos é defeito.
Aos amigos, é surpresa.
Um dia eu li, não sei de quem, quando, como, onde nem porquê, mas guardei: “que no teu caminho tenha luz.
Não agridas, não magoes, seja quem você é apenas.
Não se esconda atrás de uma falsa face, volte a ser quem eu conheci”.
Um brilho apareceu.
Pude perceber que o mundo nem sempre é flores.
Tuas conquistas valem o teu suor.
E, que sempre percorri o caminho que sempre quis e almejei.
Caro amigo leitor, vários são os modos, bem como as desgraças.
Não se agarre às cegas e momentâneas atitudes,
a tua vida vale mais do que isso.
Por favor, me prometa, não esqueça estas palavras.

Introspecção

Parei. Não podia fugir. As fronteiras eram inalcançáveis e deveras longe.
Quando fiquei inerte, comigo mesmo, vi-me questionando sobre mim, me descobrindo.
De repente, corri, sem cansar, por todos os lugares, em busca de minha identidade.
Procurei entender a importância do meu Eu.
Meus pensamentos e sentimentos mais interiores eram trazidos à tona para expressar uma momentânea vontade.
Agora me encontrava examinando minha própria mente, meus próprios sentimentos,
em busca de algo que aprovasse minhas atitudes e relevassem meus atos.
Contudo, inundava os meus sonhos com afirmações distorcidas de difíceis cognições.
Procurava uma só resposta para satisfazer a minha ignorância.
Ó pseudo-intelecto, fantasioso analfabeto.
Sim! Somos um tipo de animal indeciso.
Na indecisão, duvidamos do poder e da própria existência.
Somos um todo um pouco Descartes.
Não agimos por instinto.
E o que é o instinto, senão um mistério inexplicado.
Até onde vai essa fronteira do pensar coerente?
Esta introspecção é válida, na verdade,
e devemos conhecer a si, pois somos um universo infinito.
Depois, tentaremos entender, do alto de nossa imbecilidade, aquilo que nos cerca.
Portanto, observe-se interiormente.
Avalie-se.
Examine os seus próprios pensamentos e sentimentos.
Só assim, entenderás as suas atitudes,
mas nunca descobrirás a razão plena de seus atos.

Liberdade

Todo Homem dorme,
mas apenas alguns sonham.
Todo Homem nasce,
mas apenas alguns crescem.
Todo Homem crê,
apenas alguns atuam.
Todo Homem trabalha,
apenas alguns produzem.
Todo Homem pensa,
apenas alguns sabem.
Todo Homem fala,
apenas alguns, a verdade.
Todo o Homem morre,
mas apenas alguns vivem.

Ment’Alma

Em minh’alma, defronte aos meus olhos,
no núcleo do meu, somente meu, Sol,
minha luz dorme quieta.
Sobre coisas ruins, as encontro em visão.
No fim da linha acabo fazendo o bem.
Aprendi, sei, entendi que há várias formas de amar, quando o amanhã é vida.
Em minh’mente, defronte aos meus olhos, vejo a vida do amanhã.
Um futuro sem angústias.
Um destino sem máculas,
no qual a bondade reina soberana e
a mesquinha e ignorante ação,
já se esvaiu no tempo,
na fase e na insegurança.

Penosa essência

Luzes artificiais.
Espetáculo vital.
Grande palco.
Esperança torta,
distorcida talvez.
Cegueira real.
Paralisia total.
Por amor se morre, ou desfolha.
É branco no começo, cinza derradeiro.
Explosões de sangue bombeia a fonte.
Nova vida. Num erro, a decepção.
Toda esta estrada, com fim eterno.
Martírios diáfanos, tristeza terna.
A chave não existe.
A porta está cerrada.
Alegria, alegria, que se perde trancafiada.
Nada é igual.
Tudo são trevas.
Sua vida inexiste,
vele com velas.

Pensamentos

Os pensamentos, às vezes pássaro solto.
Chave da questão, ação, consegues o impossível.
No esperar tortuoso, o medo é o freio.
Numa farra, o desespero,
à procura do viver jubiloso.
Bufonaria ou não,
as conseqüências são momentâneas.
Quando precisas de fomentos,
cai-te a máscara farsante ao chão.
Pensar, agir, parecem certo.
“In Vera”, grande abismo,
que separa essas ações,
quase próximas.
Mergulhe no oceano de sua honestidade.
Batalhe a favor de sua vontade.
Descubra o seu mar de felicidades.

Desesperação

Ó! Saudosas lágrimas de desespero, escorrem sob minha face.
Ó! Grandes dúvidas. No meu íntimo, efeitos imaginários da veracidade.
Não oculte a situação.
Não esconda o acontecido.
Diafanidade, espelho, não me deixe nessa ansiedade.
Ó! Minha imagem..., de um amor irreal, tão puro.
Frames de alva ficção.
Jugo de verdade dos fatos.
Meu pensamento é guiado.
O efeito escravizado.
Juízo ininterrupto.
Desespero ilimitado.
Caro fortunato, vou ao final.
Será bom, ruim, indeciso.
Quem sabe?
Agora, espero o positivo.

Hoje de um tempo para cá

A questão, “em que erramos?”, paira por séculos e pairará enquanto o Homem se sentir Deus. O que intriga é que a humanidade sabe que Deus é bondade e continua pregando e fazendo o mal. Desse jeito estamos longe de sermos a imagem e semelhança do Pai, pois: Irmãos odeiam irmãos, num eterno ódio; Crianças são taxadas de cruéis, porém, quem as treina é o sujeito adulto e cheio de ódio no coração. O pior é que esse ódio é, segundo eles, “em nome de Deus”.

Pessoas são indiferentes à miséria alheia e querem, no ar de sua hipocrisia, julgar atos de desespero. Preferem criticar a ajudar, pregam a...

Semelhantes em corpo e espírito atraem semelhantes para matar e mostrar o troféu banhado em sangue inocente e impregnado de vivências.

Estudos mostram que o exato instante da quase morte, é pensativo e contemplativo.

Pergunta-se: quede a família? Quede o amor? Ambos devem estar abaixo da prisão de Satã.

A ajuda, a compaixão, a amizade são, hoje, paliativos na perdição mundana. “In vino veritas” e em nome de Deus, o mundo conhece o seu fim. Pobre imbecil aquele humano que não tem a inteligência para compreender.

A humanidade possui sentimentos ruins e não tem definições plausíveis. O mundo é só sombras do que deveria ser e, somos indefiníveis. Os chefes de Estado e os representantes do povo são ignorantes e como sempre fizeram, acabam com tudo, não deixando qualquer brecha para uma ação verdadeiramente sem máculas e desprovida de qualquer interesse.

Amigos, vivemos o derradeiro momento da mentira. No entanto, dane-se com tudo! A culpa não é sua, não é? Pobre ofídio. Vamos todos para o inferno, no mesmo balaio de..., Pois, nas Igrejas, há interesses vis e muito desvio da verdade suprema.

Na verdade, somos o nada e o tudo. Bons e malvados. Vivemos esta eterna dicotomia, este eterno paradoxo sem resposta. Somos restritos e finitos. Pensamos e agimos como onipresentes, oniscientes e onipotentes.

Enfim, dominum libera nos do furor.

2001

Começo a pensar. Tudo o que vejo é verdadeiro ou apenas um devaneio?
Avisto, sinto, reflito. Busco, luto, sou arguto.
Mas o silêncio e o ouvir, sempre foi a arma do sábio.
Sábio, às vezes, bufão,
mas a constituição, de uma raposa acuada, traz-me a realidade zodiacal.
Sou ponderado, até desconfiado.
Palmas a sobeja da situação, porém com a astúcia, de um descamisado.
Graças à certeza, invisto na promessa.
Acredito na beleza.
Num futuro, outrora, achada.
Meu 2001é uma odisséia com pouco espaço.
Mas com a intuição busco,a perfeição nunca alcançada.

Ascensão e Queda

Muito se questiona e se reflete sobre o devir da humanidade. Visões pessimistas ou otimistas à parte, se faz necessário enumerar algumas conquistas e suas conseqüências na vida do indivíduo. Desculpe-me o não aprofundar na questão, não quero fechar uma teoria nem tampouco ditar dogmas, pretendo abrir a discussão com você, possível leitor, a partir de frases que o farão refletir sobre o destino da humanidade.

O que é certeza absoluta é que temos ascensão em determinado assunto e logo depois vem a queda. O Homem, antes de ser cognominado como tal, se ergueu de sua posição quadrúpede e viu um “raio no céu”, era o Thaumásein. A partir daí conquistou seu espaço na sociedade.

Tempos passaram e o Homem descobriu a escrita, um grande progresso para a humanidade. Milhões de anos atropelaram a linha do tempo e o Homem foi a Lua, acreditou-se ser um grande progresso para a humanidade, no entanto, era o começo de uma nova era.

Depois de tantas guerras, a humanidade avistou a “pomba branca” da paz; mas, enquanto ser que não compreende o Bem, deixou-a escapar pelas brechas da ignorância.

Antes de tentarmos consertar o que não entendemos, devíamos compreender em que estágio estamos, o que somos plenamente, sem incógnitas.

A história ensina que um dia o Homem viu, no espelho de sua consciência, a imagem distorcida de seus atos, afinal, o povo crucificou o filho de Deus.

O Homem desafiou Deus e se sentiu imortal, conseqüentemente, acabou em ruínas. Qual a causa? A sua prepotência, a satisfação do seu ego.

Hoje, só há lembranças e reminiscências hipócrita.

Deus, donde o Senhor está, nos responda: em que erramos?

Desfecho

Voa borboleta, pousa noutra árvore.
Meus galhos não são firmes.
Minha raiz não puxa mais seiva.
Sou uma vítima do Outono Negro.
Fincado em solo inóspito,
sem qualquer espécie de polinização,
vou definhando no tempo, meu tronco oconiza.
Um dia cairei, me tornarei adubo,
pois os cupins rasgam minha substância.
Serei lembrança de um pomar de pensamentos.

Efêmero

Nem a mais bela – eterna.
Nem no mesmo rio correm as mesmas águas.
Nem a rima – infinita.
Nem a pedra – imortal.
Nem um beijo perpétuo.
Desgraça da vida imoral.
Não celebre a efemeridade.
Não se iluda com a eternidade.
Nada é imutável – tudo instável.
Não espere o momento.
Não fique esperando parado.
Triste mundo transitório, perecível, passageiro, acabado.

Falar além

Queria decifrar o dialeto da conquista.
Ser um poliglota da mente humana.
Apenas entendo momentos de uma luza que pisca.
O falar é a arma do invejoso,
que destrói o muro da ilusão.
Guarde para si, a sonhada aspiração.
A decepção – conseqüência de confiança,
em pessoas sem decência.
O silêncio – alicerce.
A discreção – sustentação.
Não desmorone com palavras, toda sua construção.

Lado subjetivo

Reflito cenas de minh’mente, sou o supremo ser.
Em devaneios, tudo posso ter.
Entre fantasias encontro,
o cotidiano duro da razão.
Desligo-me, viajo ao lado da emoção.
Num mundo diáfano, dele sou o rei.
A fronteira para a realidade,
é somente o lúgubre que sei.
Não quero perder o sono acordado.
Não posso ter mais lágrimas,
viver sufocado.

Meu mundo

Olho para o lado e vazios,
de um mundo cheio.
Antítese? Talvez.
É um mundo cheio de vazios.
Há portas sem destino e a luz sem claridade.
Tudo ao meu redor bem longe.
Números nulos de pessoas vazias.
Tudo passa de nada e o vazio fantasia um cheio.
Não tenho nada e tudo existe num mundo irreal.
Cheio, vazio, uma existência.
Uma vida sem perspectivas.
Alucinações de multidões e o sonho acontece.
Pessoas reais ou fantasmas do meu pensamento?
Vivo apenas no meu mundo.

... Eis a questão

Verdade escondida.
Aparência aparecida.
Romântico no pensar.
Mentira adiar.
Se pareces forte, talvez, sejas fraco.
Encobrir.
Se deprimir.
A grande graça e desgraça,
é ser um pseudoforte,
com essência de fraco.
Esquecido e desconfiável.
Num momento,
mau caráter.
O ser a não ser,
por que não?

Além do Horizonte

Ver além do horizonte.
Através dos tempos.
Enxergar a minha verdadeira existência.
Longe, muito lá,
minha visão descansa em Vera meditação.
Acolá dos tempos, dos egípcios e romanos, minha alma reinou.
Todos bradavam meu nome, ou fui um escravo libertado?
Ó Deus, meus Deus!
Dê-me a sabedoria, a reencarnação.
Quero passado e futuro.
Se for um documento branco ou escrito, dane-se, é minha compreensão.

Desilusão

Pensar na certeza, que ignorância, pois em nada se tem certeza plena, quiçá na morte.

No ápice da certeza, tudo se desmorona. Desmorona o mundo efêmero e decrépito da justeza.

Aquela total beleza, de antes, se esvai como água entre os dedos e os orgulhosos se vêem na sombra do que eram.

As flores já não são tão belas e o dia é cada vez mais chato.

A vida é outra, cerrou-se o pseudo-egocentrismo.

Nada parece adequado, tudo se torna vago.

Passa-se o cotidiano, com a amargura entre os minutos.

Um outro dia é aguardado, mas ele não vem.

Pequena esperança da normalidade; porém nada é igual, morre-se a cada segundo.

Só o tempo é o seu carrasco.

Segundo a intensidade, você volta ao comum mais breve ou dura uma pequena eternidade.

Cuidado! A verdade é que o mundo dá voltas.

A busca do cavaleiro da esperança

Entoar a bandeira.
Sonho desejado.
Na odisséia da interrogação,
arrependimento do passado, vive um presente de ilusão.
Leis, moral, normas, é o meu lado bom.
Sonhar, viver, criar, nessa vida traiçoeira, criando um futuro sem tom.
Erros semeados em outros ótimos solos.
A árvore plantada foi-se embora.
Sou um agricultor de incertezas.
Insegurança cega.
Dúvidas de princípios.
Ridícula imagem.
A vida por fios.
Levo à frente minha idéia,
cesso em estratégia segura.
com arrojo vencerei.
Sou o cavaleiro da esperança.

Desejo insatisfatório

Essa é só para você, hábil leitor. Então, preste bastante atenção nas linhas que se seguem. Só uma pergunta: vocês conhecem este cenário?

Mostre-me o preço da civilização, pois na mente humana, só encontramos insatisfação. Neste mundo nada é totalmente grátis, o seu Eu paga por isso. O mundo é manipulativo e, são várias as manipulações transparentes, universais e até desejadas. Essas manipulações transformam sua mente em retalhos de uma interação eterna.

Existem os “satisfeitos”. Satisfação, insatisfação, são as antíteses da realidade. É um paradoxo não percebido e muitas vezes alienante.

No âmbito religioso, o certo é temer. No entanto, alguns sentimentos temerários são certos, outros nem tanto. Portanto, não pula fora do canal, pois pode não haver outro paraíso. O que vejo nas “Igrejas” são vinculações nos dogmas de Deus.

Caro leitor, já estamos cansados de ouvir dizer que cada pessoa é uma pessoa diferente, então, por que transformar todos em um único paradigma. Não obstante, o desejo peculiar deles é a pseudo-ilusão. Seja grande e não mais um. Pense alto, mas cuidado, tudo tem seu preço.

Enfim, entendo que há algo que nos une, que nos torna duo, individual e coletivo. Saibamos que existe o que nos torna igual. Somos nós e todos e todos é a soma de nós. O que é? Sermos filhos de Deus.

Não viva nas limitações do seu tempo.

Dia do Aniversário

Quem é que gosta do dia do aniversário? Por mais que diga não, no fundo se sente bem. Claro! É o centro das atenções.

A partir dessa constatação, posso até tecer uma filosofia evolutiva do pensamento aniversarial. Prometo não ser muito “sacal”, pois não quero ser Freud e muito menos Platão.

Quando se é criança, magia. Sabe-se que vai ganhar muitos presentes, isso se tiver uma boa situação financeira claro. Na festa vão ter amiguinhos. O avô, a avó, se tiver, trarão os presentes que o netinho pediu. É uma maravilha. Se for no fim de semana então. Oba, posso dormir mais tarde.

Na adolescência, uma curtição. Se tem festa, presentão. São os amigos, as amigas, a paixão. Todos te paparicando, mesmo que você não queira, afinal já és um adulto. Pode ser uma festa na boate, no bar, o ficar com alguém. Se namora, a felicidade é ainda maior. Beleza, vou ficar “doidão”.

Adulto. É complicado. A comemoração, geralmente, é mais branda, afinal já é um adulto (com todo o peso que esse conceito pode ter). Tem a esposa, a noiva, a namorada, como queiram, do lado. Músicas de fundo, que parecem mais um velório, bebidas, comidas, negócios ou nada. Alguns não querem nem recordar, mas tem sempre um “espírito de porco” que te faz lembrar. Ótimo, uma oportunidade para aumentar meus contatos, para fazer negócios.

Já na velhice, talvez desastre. Quem lembrar..., quem não lembrar melhor ainda. A festa dos idosos é bem diferente. Reminiscências é o tema. O velho amigo, a velha amiga, pelo menos os que ainda continuam vivos. Falar sobre os netos. Amar o próximo, sem quaisquer pretensões, ou até com pretensões. Somente o sentimento de carinho e agradecimento. É a sabedoria, a sobriedade, as histórias e estórias que não têm preço. Amigo, vamos jogar cartas amanhã no banco da praça? Se mais moderninho: amanhã tem ginástica na praça. Na verdade, tudo poderia ser resumido em quatro palavras: presentes, bebidas, trabalho e lembranças.

Concordam comigo ou não? Enfim, a filosofia está aí. Com erros e supressões? Pode ser, mas é minha filosofia, leitor. Afinal, eu posso, hoje é dia de meu aniversário.

Dar e Receber

Os dias passaram, chegou um mês. Os meses passaram e chegou um semestre. Ele já estava desesperado, porque não arrumava emprego. Não porque era desqualificado, era até muito qualificado; mas pela idade e sua própria descrença.

Saía todos os dias às sete da manhã e só retornava às seis da tarde. Afinal, tinha que alimentar a sua família. Era um homem sofrido e ainda por cima, a mãe estava doente e ele próprio sofria de hipertensão e um estresse começava a lhe aparecer.

Certo dia, com fome, ele entrou e um bar. Pegou seu pouco dinheiro e comprou um sanduíche com refrigerante. Ao sair, avistou um homem pobre, descalço e sujo. Caminhou na direção dele e pensou: “eu reclamando e o pobre ali. No mínimo eu tenho casa, comida, família e ele não deve ter nada e ainda sorri”.

Eis que, sem perceber, ele se encontrava em frente daquele pobre ser, podia ser uma visão hedionda e até repugnante, mas, devido seu sentimento de justiça social, não era. O homem levantou a cabeça e o olhou dentro do olho, lhe pediu um trocado.

Ele vasculhou a carteira e todo o dinheiro que tinha, daria apenas para voltar para casa e retornar no dia seguinte. Puxou, então, a passagem do dia seguinte e deu ao pobre homem. Mas continuava angustiado. Por quê? Se ele já havia dado o dinheiro. Era porque morava perto e poderia ir a pé para casa. Voltou e deu todo o restante de seu dinheiro aquele homem. Este lhe sorriu e falou: “Deus lhe pague. vocÊ conseguirá aquilo que mais deseja”.

Chegando em casa, cansado, pois na era nenhum moço, contou à mulher o acontecido, inclusive o que o pobre homem havia dito. Ela lhe deu um longo abraço terno. E contou-lhe que o telefone havia tocado minutos antes da sua chegada. Um homem disse para ele estar no dia seguinte, numa determinada empresa para começar a trabalhar, no entanto, ele não sabia como conseguiram seu telefone, pois não havia enviado currículo para aquela empresa.

Ele, prontamente, lembrou-se do cidadão de rua. Tamanha foi a sua surpresa ao chegar no seu primeiro dia de trabalho naquela empresa, pois havia uma grande foto na parede, um pôster de corpo inteiro do dono da empresa, que falecera um dia antes pela manhã. Adivinha quem era o dono da empresa? Aquele pobre homem que ele encontrara na rua.

Não entendera bem a questão, mas era muitíssimo grato ao espírito daquele bondoso senhor. Portanto, dê e recebereis, cada um de nós tem um bom propósito nessa vida terrena. Deus recompensa aquele que de si mesmo souber doar.

Visões e Liberdade

Tenho visões em minha mente e agonia em meu coração. Se me julga louco, estais lendo a literatura de um psicótico. Na verdade, não sou louco, são as letais mentiras, conhecidas por todos, que explodiram como uma bomba.

Criou-se no meu ser uma sucinta tristeza; porém verdadeira e forte. Choro por nada, anunciando minha vertente lacrimal e mostrando a essência de um poeta vital.

No ego, batalhas, angústia, cobardia. Serão rios que correm para o deságüe no grande mar da liberdade.

Estando na flor da idade, o que sinto são, prantos escorrendo em minha face.

Enceno lúgubres mentiras para a vida. Na farsa, tudo se concretiza.

Saudade, tristeza, mergulho e explosão – amor.

Depressão em todos os lugares, porquê da verdade esquartejada com o finito. Choro diante de sua sorte mascarada, arruinando a sua vida, numa manipulação maquiavélica.

Repetindo a história, vandalizo o pueril. Por isso, cresce a agonia em meu coração e cria-se a lesão de um momento.

Ah, hora de loucura, oceano de descontentamentos.

Miséria – Nó Suíno

Ando pelas ruas e vejo problemas.
Crianças, adultos e idosos pedem comida.
São vítimas do descaso e do mau.
Agarram qualquer resto pelo chão.
Meu Deus, eles são cidadãos.
Olho para o lado e percebo, a miséria de uma nação.
São pessoas sem nome, clamando um pedaço de pão duro, como os corações.
Meu Deus!
Diga-me o que faço para ajudar esses irmãos.
Jesus! Mostre-me um modo de ajudar nosso povão.
Brasil, terra de contrastes.
País, má madrasta não gentil.
Onde estão suas riquezas?

Desabafo

Saudade e nostalgia são instrumentos de minha vida.
Sou um triste zigoto, um mágico ignoto.
Sou um Fagundes andrezado.
Palco iluminado, com cortinas obscuras.
Cenário de comédia, com roteiros apocalípticos.
Músicas alegres, com partituras que refletem, as lágrimas desesperadas, de um falso suicida. Tomado de tantos risos.
Alma negra e cinza.
Alegria, mentiras e atos, de um palhaço enganador.
Ó! Antagônico cotidiano,
paradoxo vital.
Alma banhada em preto.
Corpo banhado em branco cordeiro.

Sangue e Poesia

Escrevo poema em prosa, com o sangue de meu corpo que esvai sob estas páginas em branco. A pena é a vera arma sangrando o meu coração. Essa fina lâmina penetra o meu peito, traça os fonemas que vêem direto do meu cordial.

Sei caro amigo, que a semente do amor nunca morrerá, pois minha alma viverá na eternidade, porque de minhas palavras. Sei que todos, um dia me cultuaram e o hoje, miséria em que me vejo,s era um parágrafo numa biografia fria, num futuro que poderia começar agora.

Acredito que a minha história será lembrada muito além do além. Futuras gerações talvez não entendam e tudo será um triste enigma.

É possível que eu escreva um método para ler as minhas impressões e meus erros. Alguns já se esqueceram de mim. Basta sumir um pouco desta sujeira que é a sociedade, ou morrer, para ser lembrado como um gênio, logo esquecido ou usado como tema de persuasão.

Não agüento essa hipocrisia de pseudo-intelectos. Trágico ou não, é cômico antes de tudo. Este é o legado de um poeta possuído pela magia da verdade. Com vícios, igual a todos os outros, mas com a singularidade daquele que escreve sem medo.

Venturoso fim

Diante do abismo da morte, avisto uma luz. Será o brilho da vida?
É o brilho e o resplendor do renascer.
É verdade que, depois de cada sobressalto,
vemos a existência como algo passageiro,
porém, o ditador tempo cela nossa sentença e nos tornamos zumbis a sua mercê.
Quando de uma perda, vemos a morte rogando nosso corpo, suplicando para tê-lo.
Percebemos zumbis ao nosso lado, nos coroando como seu rei imortal,
nos sentimos o centro de toda trama maquiavélica do mundo.
Avistamos sim, pessoas indo e vindo, confabulando para nossa desgraça.
Assistimos a entrega e uma vida medíocre.
No entanto, diante do fim contemplamos um começo.
Um começo sem fim, um começo verdadeiro.
Vemos o princípio de tudo, que ignorantes não entendem.
Mas a morte feliz é aquela que não se sente.
É a passagem de um fim que começa agora.

Amargas lembranças

Levei-me a uma reflexão.
Vi que no mundo dos sonhos tudo é possível.
Nele, meu espírito de alegria e meu corpo de tristeza caminham juntos, lado a lado.
Nele, um segundo é irrelevante, quando o mistério e o inexplicado são comuns.
De repente me perdi, não me encontrei, sai.
O sorriso leal me cessou.
Procurei, em vão, a luz da esperança.
Desesperado, achei um corredor, igual ao de um teatro, bem na coxia.
Entrei e reverberei.
Tudo é um palco, no qual encena-se uma tragédia grega, com uma realidade nas trevas.
O passado, naquele momento, não era percebido; mas num instante o presente o percebeu. Estava eu em meu próprio cenário,
atuando na peça de minha vida, percebendo o canastrão que sou.
Neste instante, escorreram lágrimas interiores, diante desta imagem.
Enquanto tinha reminiscências, amargas lembranças.
Mas como um palhaço não chora nem na maior desgraça,
me mantive de pé firme com um pseudo-sorriso.
Percebi que o devaneio e o mundo do sono são coisas de idade.
Verdade ou não, é o que acredito neste exato momento.
Percebi que a criançada sonhava com doces, enquanto o real dava lugar à fantasia,
e o adulto tentava se infantilizar, quando a quimera retornava em flor.
Mas em mim, essa flor se perdeu num jardim passado.
Meu presente são só ilusões, estas de um mundo cão, enfatizando a minha loucura.
Choro então.
Acordo na realidade cinza.
Mudo deixando de ser árcade, para e tornar um romântico impuro.

Tristeza

Tristeza que germina em meu peito,
momentos de pura depressão.
Não sei o porquê desse sentimento,
fincado em meu coração.
Só de pensar no resultado,
sinto-me como o centro.
Deus seria esquecido apenas,
no meu sepultamento.
Estalo de pensamento,
hora alegre, outra triste.
Trevas em palavras,
neurônios em tormento.
Deus!
Digo adeus com voz de suicida.
Escuras reflexões inúteis.
A morte é tão atual,
e a viagem é sem volta a eternidade.
Acenda a luz do túnel da vida.
Abra as portas da alegria,
para ver se me curo desse mal, que não queria.