Levei-me a uma reflexão.
Vi que no mundo dos sonhos tudo é possível.
Nele, meu espírito de alegria e meu corpo de tristeza caminham juntos, lado a lado.
Nele, um segundo é irrelevante, quando o mistério e o inexplicado são comuns.
De repente me perdi, não me encontrei, sai.
O sorriso leal me cessou.
Procurei, em vão, a luz da esperança.
Desesperado, achei um corredor, igual ao de um teatro, bem na coxia.
Entrei e reverberei.
Tudo é um palco, no qual encena-se uma tragédia grega, com uma realidade nas trevas.
O passado, naquele momento, não era percebido; mas num instante o presente o percebeu. Estava eu em meu próprio cenário,
atuando na peça de minha vida, percebendo o canastrão que sou.
Neste instante, escorreram lágrimas interiores, diante desta imagem.
Enquanto tinha reminiscências, amargas lembranças.
Mas como um palhaço não chora nem na maior desgraça,
me mantive de pé firme com um pseudo-sorriso.
Percebi que o devaneio e o mundo do sono são coisas de idade.
Verdade ou não, é o que acredito neste exato momento.
Percebi que a criançada sonhava com doces, enquanto o real dava lugar à fantasia,
e o adulto tentava se infantilizar, quando a quimera retornava em flor.
Mas em mim, essa flor se perdeu num jardim passado.
Meu presente são só ilusões, estas de um mundo cão, enfatizando a minha loucura.
Choro então.
Acordo na realidade cinza.
Mudo deixando de ser árcade, para e tornar um romântico impuro.
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